24 de novembro de 2022 – Atualizado em 25/11/2022 – 10:07am

O médico-veterinário do futuro é uma preocupação entre os profissionais e, sobretudo, dentro da Comissão Nacional de Ensino da Medicina Veterinária (CNEMV) do Conselho Federal de Medicina Veterinária (CFMV). 

Um levantamento realizado pelo colegiado e apresentado nesta quinta-feira (24) na IV Câmara Nacional de Presidentes, em Cuiabá, no estado do Mato Grosso, mostra que a oferta de cursos na área teve um crescimento exponencial de 1.575%, saltando de 32 para 536 em pouco mais de 40 anos, de acordo com dados obtidos no Ministério da Educação (MEC). O número é superior aos 320 cursos oferecidos mundialmente.

O mesmo levantamento aponta que a maioria dos cursos em funcionamento estão nas universidades privadas e com fins lucrativos (281). Entretanto, são essas mesmas instituições as que possuem menor avaliação no Exame Nacional de Desempenho de Estudantes (Enade). Entre as 215 instituições analisadas pela comissão a maioria das instituições privadas possuem notas conceito entre 1 e 3.  

Além do vertiginoso crescimento na oferta de vagas, a qualidade dos cursos foi apontada como a grande preocupação da Comissão do Conselho Federal que avalia o ensino da Medicina Veterinária no país. Entre os anos de 2019 e 2022, 40 propostas de novos cursos foram analisadas pela comissão e todos tiveram parecer desfavorável à abertura de vagas. “A comissão não aprova, mas o MEC autoriza a abertura do curso”, explica Maria José de Sena, presidente da Comissão Nacional de Ensino da Medicina Veterinária. O resultado desse descompasso entre a avaliação do CFMV e do MEC é que “não teremos como saber se, no futuro, os profissionais estarão fora do mercado por falta de oferta de vagas ou pela qualidade ruim do curso de graduação”, alerta a professora Maria Clorinda Fioravanti, que integra a CNEMV do Conselho Federal.

Deliberações

Com o resultado do levantamento a Comissão Nacional de Ensino da Medicina Veterinária vai solicitar ao CFMV, entre outras questões, protocolar uma ação civil publica pedindo a suspensão da abertura de novos cursos de Medicina Veterinária e a paralisação da oferta de novas turmas em instituições com conceito inferior a 3 no Enade. “Nosso compromisso é sair dessa câmara com a ‘carta de Mato Grosso’, documento assinado por todos os presidentes dos regionais e pelo Conselho Federal relatando todos os pontos elencados no estudo feito pela Comissão de Ensino que dão sustentação para o diálogo com o Congresso Nacional e com o Ministério da Educação”, finalizou o presidente do CFMV, Francisco Cavalcanti de Almeida.

Comunicação Sistema CFMV/CRMVs

Lucas Figueredo – Assessor de Comunicação CRMV-BA

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