30 de setembro de 2019

Neste mês é comemorado o Outubro Rosa, campanha que lembra a importância da prevenção do câncer de mama e de colo de útero em mulheres. Na Medicina Veterinária, temos a versão Outubro Rosa Pet, já que cadelas e gatas também podem ser acometidas por câncer de mama. O Conselho Federal de Medicina Veterinária (CFMV) alerta que a melhor forma de prevenção desta doença em pets é a castração.

A campanha faz referência à cor do laço rosa que simboliza a luta mundial contra o câncer de mama em humanos e estimula a participação da população, de empresas e entidades. Esse câncer é causado pela multiplicação desordenada de células anormais da mama, formando um tumor. De acordo com o estudo “Tumores mamários caninos – Novas perspectivas”, conduzido em cadelas pelos pesquisadores e médicos-veterinários Felisbina Queiroga e Carlos Lopes, os tumores mamários correspondem a 52% de todos os tumores e são o mais comum entre elas. Em felinos é o terceiro tipo mais comum, sendo que mais de 80% é maligno. Em geral, animais mais velhos (com cerca de 10 anos de idade) e animais que foram castrados após numerosos cios possuem as maiores incidências. Machos, de um modo geral, raramente apresentam o problema (cerca de 1% dos casos).

O médico-veterinário Wanderson Alves Ferreira, tesoureiro do CFMV, alerta: “Castrar é a melhor maneira de se prevenir vários males. Isso deve ser feito antes do primeiro cio, por volta dos cinco, seis meses de idade, pois reduz as chances de se desenvolver um tumor de mama para quase zero. Esse tumor pode ser hormônio-dependente, então, ao castrar o animal, as chances de desenvolvimento do tumor de mama diminuem muito”. 

A cartilhaCampanha Nacional de Prevenção Contra o Câncer de Mama em Animais de Companhia” vai na mesma direção. “Uma cadela castrada antes do primeiro cio tem menos de 1% de risco de desenvolver tumores de mama; já em gatas, reduz em 91% as chances. É importante apontar que a utilização de anticoncepcionais é contraindicada, pois aumentam o risco de desenvolvimento de lesões mamárias”, diz o texto da publicação.

Mas a castração também evita outros males. “Em cadelas idosas é muito comum a infecção uterina, chamada piometra. A castração evita também esses problemas futuros”, explica Ferreira. 

Ele relata que o surgimento do câncer mamário está relacionado, além dos fatores genéticos, com a produção dos hormônios estrogênio e progesterona. “O risco está associado à quantidade de ciclos estrais (reprodutivo), aumentando as chances a cada ciclo. Em gatas, o risco aumenta em até sete vezes, se comparadas a fêmeas castradas na puberdade”, esclarece.

Médicos-veterinários aconselham que o dono, de tempos em tempos, posicione o animal de barriga para cima e apalpe as mamas para verificar a presença de nódulos ou qualquer alteração no volume na região, além de estar atento ao aparecimento de lesões. Em caso de identificação de anormalidades, é imprescindível um exame mais aprofundado por um médico-veterinário.

“Junto à castração, a melhor medida profilática são visitas regulares ao médico-veterinário. Qualquer alteração na mama da cadela é motivo de suspeita. Então, se o dono não tem o hábito ou conhecimento do exame de toque, é importante levar o animal à clínica, ao menos uma vez ao ano ou a cada seis meses, quando o animal tem fatores de riscos como histórico familiar e castração tardia”, declara o tesoureiro do CFMV.

O tratamento é cirúrgico, por meio de extração das mamas. A quimioterapia pré ou pós-cirúrgica e o uso de alguns medicamentos anti-inflamatórios também são modalidades terapêuticas utilizadas.

Por Ândrea Malcher, com supervisão da Assessoria de Comunicação do CFMV

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