Oscar Vitorino Moreira Mendes
Méd. Vet e Prof. Aposentado da UESB
E-mail: oscarvitorino@yahoo.com.br
Eu sempre me ponho a pensar e a me perguntar: por que mudamos sempre nossos comportamentos, mesmo que estejamos satisfeitos como estamos? Não é uma atitude, aparentemente, paradoxal? Acontece que as pessoas mudam naturalmente à proporção que se desenvolvem; quando se casam, quando se estabelecem num emprego, mas também quando sofrem. Vale refletir qual o verdadeiro sentido dessas mudanças. É fato que, ao longo de todas as épocas, a humanidade vem-se debatendo para estabelecer os conceitos do certo e/ou errado, no sentido de se estabelecer um referencial seguro para nortear o comportamento humano.
Sabemos que a conduta correta ou incorreta surge em meio a diversificadas circunstâncias: não faltam momentos de estresse, situações de desafios e graves provocações. A vida é um eterno aprendizado, com o objetivo de conhecer a verdade, e é nesta busca que ocorrem erros e acertos. Nós fazemos planos, e nem sempre eles se concretizam. O resultado, às vezes, é desastroso, porque há pessoas que, frente a situações adversas, frustram-se e curvam-se diante dos problemas. Nesse ponto, reside o perigo. O que nos impede de enfrentar as dificuldades que se nos apresentam? Nós, Homo sapiens, não somos dotados de inteligência? Sabemos que lidar com os reveses da vida, não é fácil, é um grande desafio. Mas nesse contexto, não podemos perder o brilho da vida, a esperança, enfim a crença em dias melhores. Então, mudar é preciso, afinal, a própria vida nos leva a isso, a nos prepararmos para as mudanças que advirão, para as adversidades e, em consequência, nos transformarmos diante dos fatos e acontecimentos da Nova Ordem que rege o mundo. Mudar é preciso. A vida é uma escola, e estamos aqui para aprender com a própria vida. Ela nos leva caprichosamente a aprender com as outras pessoas: ouvindo, vendo, fazendo, agindo, reagindo, e outras experiências apresentadas por cada indivíduo.
Sem dúvida, muitas vezes é preciso mudar, e acredito que as pessoas esforçam-se para mudar de algum modo o seu comportamento, moldando-o e equilibrando suas atitudes. Em compensação, infelizmente, há indivíduos que se desenvolvem negativamente. Bem verdade que as amizades, o convívio social e a criação possuem um forte impacto na personalidade de uma pessoa. A nossa experiência de vida diz que o tempo passa, as coisas mudam, as pessoas mudam. E peremptoriamente aprendermos com as experiências e aprimorarmos nossas atitudes e comportamentos, de modo a não repetir os mesmos erros. A vida também nos ensina que ficamos mais fortes após as perdas e os ganhos. Contudo, é importante que reconheçamos os nossos erros, as nossas falhas, e nunca nos consideremos absolutos e infalíveis, afinal, precisamos e haveremos de precisar uns dos outros, ainda que seja para coisas mínimas e em quaisquer circunstâncias.
Ademais, somos animais sencientes, pois, temos a “capacidade de sofrer ou sentir prazer ou felicidade”, sensações e sentimentos. A palavra senciência é muitas vezes confundida com sapiência, que pode significar conhecimento, consciência ou percepção. As duas palavras podem ser diferenciadas olhando-se suas raízes latinas: sentire é “sentir” e sapere é “saber”. Sobre o assunto, vários são os cientistas que têm vindo a debruçar-se sobre a questão da senciência animal. Na verdade, não se questiona que os humanos são seres sencientes, ao contrário, experienciamos, de forma consciente, sentimentos de tipos diferentes. A questão que tem vindo a ser colocada é sobre se essa mesma capacidade de possuir percepções conscientes dos acontecimentos e da realidade em que estão envolvidos poderá ou não acontecer de igual forma com os outros animais.
Nesse contexto, fica evidente, a necessidade de uma adequação e adaptabilidade comportamental do homem, dito moderno, para as prováveis mudanças que venham a ocorrer. Por exemplo, no passado tínhamos a nossa disposição as famosas máquinas de escrever, e dispúnhamos dos serviços oferecidos pelos Correios e Telégrafos; já na atualidade, dispomos de celulares, computadores, notebooks, tabletes, whatsApp, faceboock; as imagens de TV eram em preta e branca, ao contrário de hoje, TVs coloridas e digitais, com vários canais, e uma variedade de programas bons e ruins, bastando tão somente que o telespectador escolha qual o mais interessante/importante, e que atenda as suas necessidades do momento. Se fosse aqui ilustrar esse texto com exemplos desse tipo, levaria muito tempo; mas a partir deles, o leitor poderá fazer uma avaliação e até ajudar-me, complementando-o.
Por outro lado, a sociedade que vivia na tranquilidade, seja na zona urbana e/ou rural, passou a ficar temerosa em deixar as suas casas, principalmente à noite, por falta de segurança, enfeando-as com grades; a descrença na política e nos políticos, tomou conta do cenário nacional; os valores morais e éticos já não são respeitados; os salários já não atendem os anseios da população; o respeito às coisas e as pessoas deixaram de existir; hoje, ouve-se com frequência nos noticiários notícias de pai matando filho, filho matando pai e mãe; as balas perdidas voam a todo instante à luz do dia e, sem destino, atingem a qualquer pessoa, tirando a vida de pessoas inocentes, quer sejam crianças, adolescentes ou idosas; pessoas idosas são usadas como aviões (entregadores de drogas); as escolas públicas são desacreditadas, favorecendo incremento constante de escolas particulares; já não há cinemas, salvo em shoppings, possibilitando o acesso apenas a uma camada da sociedade; hoje, já se faz um curso superior a distância, e o/a portador/a recebe o mesmo titulo daquele/a que cursou uma universidade presencial, com aulas práticas e teóricas, interagindo com os/as colegas, funcionários e professores. E o pior é que nós vamos assistindo a tudo isso, criticando às vezes, mas até fazendo parte do sistema. Ao que parece, os Agentes Financeiros buscaram alternativas de sobrevivência: demitiram funcionários e instalaram as máquinas construídas pelo próprio homem; a Justiça, que era toda soberana e absoluta, já não se apresenta tão bem assim; alguns clubes de Serviço, como Rotary e Lions, já não estão sobrevivendo tão facilmente. Sabe-se, inclusive, que alguns clubes fecharam as suas portas.
O homem do passado não preparou seus substitutos para que pudessem enfrentar os desafios de um mundo em constantes mudanças: as chuvas já não caem na época certa; o clima ficou diferente em algumas regiões; a ciência está a todo instante descobrindo novos métodos e medicamentos para tratamento de diversas enfermidades. Viva a pesquisa!
Os parâmetros curriculares estão mudando; em compensação, a reestruturação do ENEM (Exame Nacional do Ensino Médio) ampliou as possibilidades para os estudantes que saem do ensino médio entrarem em uma faculdade ou universidade; muitas instituições de ensino passaram a adotar o SISU (Sistema de Seleção Unificada) – que utiliza as notas do ENEM como forma de seleção parcial ou integral, o que fez aumentar a procura dessas notas por parte dos participantes: Quem não conseguir nota suficiente para entrar na universidade pelo SISU, pode ainda recorrer a outras duas formas alternativas aos vestibulares tradicionais: o PROUNI (Programa Universidade para Todos) e o FIES (Fundo de Financiamento Estudantil). Ao contrário do passado em que, para ingressar numa universidade, o candidato submetia-se a uma prova escrita e uma oral.
Todos esses fatos nos levam a refletir o mundo, a sociedade e, em consequência, a necessária mudança de comportamento. E não podemos parar, pois, do contrário, seremos alijados do sistema. É imperativo acompanhar cada processo de mudança da sociedade; a juventude de hoje é diferente daquela de outrora; ela vive em busca de algo a mais, de novas perspectivas, de aventuras, e a vida lhe oferece várias alternativas.
Diante disso, como poderão as pessoas não mudar o seu comportamento? Como não se adequarem a um novo momento? Infelizmente, o que ocorre, é que alguns indivíduos mudaram e/ou mudam para o mal. Mas, culpá-los tão somente, não creio que a resposta seja tão simples assim. Há algo a mais a ser estudado, debatido e refletido pela sociedade da qual nós fazemos parte. Assim sendo, Cabe a nós, considerados os indivíduos portadores e difusores da mudança de comportamento para o bem, que o façamos, procurando contribuir para a mudança de outros e consequentemente para a mudança da sociedade e do mundo.
adorei o texto magnifico
Agradecemos em nome do autor.
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Agradecemos em nome do autor.