Uma matéria do Conselho Regional de Medicina Veterinária do Estado da Bahia (CRMV/BA), mostrou como  clínicos de pequenos animais podem notificar doenças como esporotricose e leishmaniose  às autoridades de saúde em Salvador. No interior do estado, essas comunicações podem ser feitas nas  secretarias municipais de saúde de cada cidade.

Presente em quase  todos os municípios, a  Agência Estadual de Defesa Agropecuária da Bahia  (Adab), está na linha de frente recebendo essas notificações e enviando o Serviço Veterinário Oficial (SVO), quando há suspeita de algum caso em animais de produção.

Após a confirmação de casos de Peste Suína Clássica (PSC) no Ceará e no Piauí, a Adab intensificou o trabalho de fiscalização para evitar que a doença chegue à Bahia.  O trabalho diário dos fiscais agropecuários, porém, envolve muitas outras enfermidades listadas na Instrução Normativa nº 50, de 24 de setembro de 2013.

Os médicos-veterinários Antonio Valentim, ex-conselheiro do CRMV/BA e Verena Souza, explicaram no texto abaixo a importância de comunicar qualquer suspeita de enfermidades ao Serviço Veterinário Oficial.


Emergência Sanitária Animal

A Emergência Sanitária Animal se caracteriza pela condição causada por focos de doenças com potencial epidêmico para produzir graves consequências sanitárias, políticas, sociais e econômicas que comprometem o comércio nacional e internacional, a segurança alimentar ou a saúde pública. Exige ações imediatas para seu controle ou eliminação, visando restabelecimento da condição sanitária anterior, dentro do menor espaço de tempo e com o melhor custo-benefício

Sabemos que a confirmação de uma enfermidade de notificação obrigatória em uma área considerada livre causa um impacto sócio econômico bastante prejudicial ao estado ou ao país, pois as restrições que os países importadores impõem são bastante severas. Pode deixar de comercializar animais vivos, seus produtos e subprodutos e até mesmo produtos vegetais e frutas, sementes, mudas, etc.

Segundo a OIE, a vigilância em saúde animal representa a soma de todos os recursos, estruturas e procedimentos organizados com o objetivo de demonstrar a ausência da doença/infecção ou determinar sua emergência e sua distribuição na população animal.

A vigilância veterinária engloba o conjunto de elementos e atividades empregados com 4 objetivos:

  1. Impedir o ingresso de fontes de infecção e de contaminação;
  2. Detectar essas fontes quando elas se estabelecerem;
  3. Notificar de imediato a sua localização às autoridades veterinárias;
  4. Coordenar reação imediata para a total erradicação dessa ameaça aos rebanhos.

O atendimento às notificações é o procedimento sanitário pelo qual os órgãos de Defesa Sanitária Animal busca rastrear e /ou detectar possível episódio sanitário emergencial a partir da notificação da ocorrência que é obrigatória para qualquer cidadão, bem como para todo profissional que atue na área de diagnóstico, ensino ou pesquisa em saúde animal.

No Brasil a IN 50 determina as doenças de Notificação Obrigatória, dando ênfase aos quatro blocos abaixo:  

  • Síndrome nervosa (Ex. Raiva, BSE, Encefalite);
  • Enfermidades vesiculares (Ex. Varíola, Estomatite Vesicular, Febre Aftosa);
  • Doenças hemorrágicas dos suínos (Ex. Peste Suina Clássica, Peste Suína Africana)
  • Doença respiratória e nervosa das  aves (Ex. New Castle, Influenza Aviária).

As suspeitas de acometimento dessas enfermidades devem ser comunicadas de imediato às autoridades sanitárias para que as ações emergenciais possam agir de imediato, buscando a sua identificação, circunscrição e erradicação com maior brevidade possível. Quanto mais cedo for detectado o episódio, mais chances existem de uma circunscrição mais rápida, adequada e menos onerosa não só ao serviço como também para o criador.

Sobre os autores:

Antonio Valentim é médico-veterinário, ex-conselheiro do CRMV/BA, fiscal estadual agropecuário aposentado da Adab

 

Verena Souza é médica-veterinária e fiscal estadual agropecuário da Adab

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Os autores escreveram o material a pedido.  Os profissionais que desejam partilhar informações podem encaminhar os artigos para ascom@crmvba.org.br para submissão.

Ascom CRMV/BA, 15 de maio de 2019

 

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