Apesar da expressão “mãe de animais” ainda gerar debates, pois há quem não valide a relação entre tutora e animal como maternal, a ciência já reconhece e até nomeia essa relação como família multiespécies.

Por definição, a família multiespécies é aquela formada pelo núcleo familiar humano em convivência compartilhada com seus animais de estimação. As condições necessárias para que isso ocorra é que os pets sejam considerados membros da família e que exista um vínculo afetivo entre humanos e animais. E se existe tanto amor envolvido, por que não dizer que a mãe também é multiespécies, nesse caso?!

A médica-veterinária Nádia Rossi com Pedro, 7 anos e Felipe, um cachorro de 15 anos.

A médica-veterinária Nádia Rossi é professora na Escola de Medicina Veterinária e Zootecnia da UFBA e membro da Comissão Estadual de Ética, Bioética e Bem-Estar Animal do CRMV/BA. Ela se considera uma mãe multiespécies. Ao todo, ela tem um menino de 07 anos, Pedro, um cachorro, Felipe, de 15 anos, uma gata Meli, de 04 e um gato de 03 anos, Bira.

Para ela, uma mãe multiespécies, é aquela que incorpora um animal como um membro da família, mantendo com ele um vínculo afetivo, com preocupação com a saúde, dando e recebendo carinho. “A gente se preocupa mesmo, como se filho fosse, com a alimentação, com o bem-estar desse animal, com a felicidade desse membro da família também. Que ele tenha uma saúde boa. É um vínculo afetivo muito grande”, destaca.

Regulamentação – O Projeto de Lei 179/23 prevê uma série de direitos para os animais de estimação e regulamenta o conceito de família multiespécies como aquela formada pelo núcleo familiar humano em convivência compartilhada com seus animais. O projeto em análise na Câmara dos Deputados disciplina diversas situações pelas quais pode passar a família multiespécies: o fim da união estável, o divórcio, os pedidos de guarda e a regulamentação de visitas, entre outras.

Outro aspecto a se observar é que, nos dias atuais, muitos casais tem optado por não terem filhos, porém tem abraçado a ideia de terem os pets como sendo não somente seus bichinhos de estimação, mas seus filhos de companhia. “Hoje é uma tendência mundial a incorporação de um animal como membro da família, além de ser uma opção para os casais que optam por não ter filhos. Para os que têm crianças, essa troca da criança com os animais de carinho, de compaixão, é algo terapêutico, proporciona muitos momentos de alegria e extrapola para a interação com as pessoas também”, ressaltou Nádia Rossi.

Para o presidente do Conselho Regional de Medicina Veterinária do Estado da Bahia, Altair Santana de Oliveira, as discussões sobre famílias multiespécies retratam a realidade dos lares brasileiros. “Aproveitamos que está na semana do Dia das Mães e buscamos uma profissional que tivesse esse perfil de mãe multiespécies e encontramos em Nádia Rossi uma boa representação de mãe, com filhos humanos e pets. Deixo aqui o meu carinho e meu abraço, e quero parabenizar todas as mães”.

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