Abandonar, ferir e envenenar animais – sejam eles domésticos ou silvestres, nativos ou exóticos – é crime. O tema foi levado à discussão na segunda-feira (30/10), na subseção da Ordem dos Advogados do Brasil-OAB, em Jequié, e reuniu médicos-veterinários e advogados.

O médico-veterinário e membro da Comissão de Bem-estar Animal do CRMV/BA, Argeu Bruni, palestrou no evento. Ele abordou a prática de maus tratos nos animais de companhia e de produção, mostrando que também é estabelecida quando se mantém os bichos em locais pequenos, sem alimento e água, além de negar assistência veterinária.

Foto: Jequié Repórter

Para ele, o evento foi importante pela discussão do tema entre médicos-veterinários e advogados. “Considerei o evento muito positivo, na minha fala, expliquei sobre as situações que podem ser caracterizadas como maus tratos aos animais de companhia e aos animais de produção. As pessoas, de modo geral, ignoram situações de casualidade, por exemplo, prender um animal perigoso para preservar a vida dos demais”, destacou.

A lei prevê pena de prisão para quem comete crime contra animais. Nos casos em que agressões e ferimentos terminam em morte, a pena é aumentada de um sexto a um terço do período estabelecido. Também participaram das discussões o presidente da Associação dos Médicos Veterinários de Jequié (Amvej), Oscar Vitorino, e a advogada Carolina Busseni, conselheira da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-BA).

O evento buscou enfatizar a criação de uma rede de proteção animal na cidade, integrada pelos poderes executivo e legislativo, órgãos de segurança e a sociedade civil, representada por simpatizantes da causa, tutores de animais e integrantes das ONGs que defendem a causa animalista, com o apoio da OAB na orientação e medidas legais para a prática da lei. A iniciativa foi da presidente da Comissão de Defesa Animal da entidade, Débora Novaes.

Foto: Jequié Repórter

Participantes – Presentes ao evento o presidente da subseção da OAB em Jequié, Luiz Henrique Malta, o Promotor de justiça Maurício Cavalcanti, o diretor da 9ª Coorpin (Coordenadoria Regional de Polícia), Roberto Leal, o Major Landro, representando o 8º Batalhão de Bombeiros Militar, a Guarda Municipal Laís Nery e o gerente da ADAB, Geovani Batista. Além destes, também estiveram presentes o Conselheiro Estadual da OAB, Ari Santana, secretário municipal de Saúde, Marlon Pereira, presidentes e integrantes de ONGs de proteção animal, advogados e representantes de outras entidades.

Texto: Assessoria de Comunicação do CRMV/BA com informações do site: Jequié Repórter

O Conselho Federal de Medicina Veterinária (CFMV) publicou nesta terça-feira (31), no Diário Oficial da União, a Resolução nº 1.565, de 27 de outubro de 2023, que estabelece procedimentos para a suspensão cautelar do exercício profissional de médicos(as)-veterinários(as) e zootecnistas, em todo o país. Esta Resolução altera os prazos antes estabelecidos na Resolução 1330, de 2020.

Além disso, em seu artigo 2º, traz que o plenário de cada Regional, “por iniciativa de quaisquer de seus Diretores ou Conselheiros, poderá suspender cautelarmente o exercício profissional de médico-veterinário ou de zootecnista”. Desde que já tenha sido instaurado processo ético-profissional, quer na fase de instrução, de relatoria, de julgamento ou recursal.

As situações previstas para a suspensão cautelar estão elencadas no Art. 3º: realizar procedimentos, tratamentos e/ou prescrições vedados; praticar ou acobertar o exercício ilegal da profissão; incorrer, propositalmente, em manifesta inobservância técnica e que resulte em dano; ou praticar atos de crueldade e abuso aos animais, no exercício da profissão ou fora deste.

Em caso de suspensão total, segundo o Art. 7º, § 5º, o profissional tem 5 (cinco) dias úteis para entregar a cédula de identidade profissional ao CRMV em que estiver inscrito após a notificação da decisão. Caso não ocorra a entrega, responderá também a processo ético-profissional.

Conforme a Lei 5.517/ 1968 o Sistema CFMV/CRMVs tem a competência legal de baixar Resoluções que normatizem as profissões de médico-veterinário e zootecnista, a exemplo da 1565/2023 acima.

Transparência e Publicidade das Penalidades

Em respeito aos princípios constitucionais da Administração Pública (impessoalidade, moralidade, legalidade, eficiência e publicidade), as consequências geradas por essa normatização devem ser divulgadas ao público.

No caso de penalidades, está estabelecido no Art. 33 da  5.517/68 a seguinte dosimetria de acordo com a gravidade do ocorrido, elencada da mais leve para a mais severa: advertência confidencial, em aviso reservado; censura confidencial, em aviso reservado; censura pública, em publicação oficial; suspensão do exercício profissional até 3 (três) meses; cassação do exercício profissional, “ad referendum” do Conselho Federal de Medicina Veterinária.

Enquanto a  5.517/68 fala em publicação oficial, a  Resolução CFMV n° 1.330/2020, que trata do Processo Ético Profissional (PEP), no Art. 77, determina   no § 2º que devem ser também publicadas nos “canais de comunicação e mídias sociais do CRMV, devendo ater-se a informar o tipo de penalidade, o nome e número de registro do infrator, o CRMV julgador e o número do processo que deu causa à penalidade”. Ou seja, a Resolução determina que a comunidade deve ser informada, porém, mantendo a privacidade dos detalhes processuais, que são apenas de conhecimento das partes.

Atento às questões éticas, no dia 02 de outubro, o Regional Bahia promoveu um evento virtual Processo Ético – Conhecer para Evitar, no qual se inscreveram 136 pessoas. Na ocasião, foram discutidos temas como ética, conduta pessoal e profissional e uma imersão centrada da Resolução CFMV nº 1330/2020, que regulamenta o Código de Processo Ético-Profissional (PEP).

Foi realizado nesta terça-feira, 24 de outubro, em Santo Antônio de Jesus, o 2º Encontro Regional de Combate ao Abate Clandestino, promovido pelo Ministério Público da Bahia (MPBA). O evento teve como objetivo discutir e aprofundar estratégias para o combate ao abate clandestino.

O presidente do Conselho Regional de Medicina Veterinária do Estado da Bahia (CRMV/BA), Altair Santana de Oliveira, que também é auditor fiscal federal do Ministério da Agricultura, esteve entre os palestrantes do Encontro. Sua palestra foi sobre ‘Atuação Profissional do Médico-Veterinário/Infrações Sanitárias e Propagação de Zoonoses Proporcionada pelo Abate Clandestino”.

O médico-veterinário Altair Santana, presidente do CRMV/BA e o organizador do evento o promotor de justiça, Solon Dias.

Com essa iniciativa, o MPBA espera atualizar e sensibilizar os membros das Promotorias de Justiça da Regional de Santo Antônio de Jesus, representantes das Secretarias de Saúde, Defensoria Pública, Juízes, Policiais, estudantes de faculdades e a comunidade em geral para a gravidade do tema.

Espera-se como resultado que surjam formas e meios para combater o abate clandestino no estado, impedindo que alimentos contaminados cheguem às mesas dos baianos.

A atividade foi organizada pelo Centro de Apoio Operacional de Defesa do Consumidor, do Meio Ambiente e dos Recursos Hídricos (CEAF), Centro de Apoio Operacional de Combate às Organizações Criminosas e à Corrupção (CEACON) e Centro de Apoio Operacional de Defesa da Moral e dos Costumes (CEAMA).

Novas autorizações para cursos de graduação EaD na área de saúde estão suspensas, conforme decisão da 4ª Vara Federal Cível de Goiás do dia 19 de outubro. A partir de ação civil pública ajuizada pelo Ministério Público Federal de Goiás (MPF-GO), na qual o Conselho Federal de Medicina Veterinária ingressou como amicus curiae (amigo da corte), o juiz federal Juliano Taveira Bernardes deferiu o pedido que obriga o Ministério da Educação (MEC) a suspender novas autorizações para graduação a distância na área de saúde.

O pedido do MPF define como prazo a conclusão da tramitação do Projeto de Lei nº 5.414/2016 (proíbe o incentivo do governo ao desenvolvimento e à veiculação de cursos de educação a distância na área de saúde), ou a devida regulamentação do Art. 80 da Lei nº 9.394/1996, que estabelece as diretrizes e bases da educação nacional, dispositivos que podem definir regras mais claras para a graduação a distância na área de saúde. A ação, aberta em 2022, é consequência de representação enviada pelo CFMV e pelo Conselho Regional de Medicina Veterinária de Goiás (CRMV-GO) ao Ministério Público, em 2018.

A decisão contraria indeferimento anterior da ação pelo mesmo juízo. Um dos motivos foi um relatório elaborado pelo Tribunal de Contas da União (TCU), anexado ao processo. O documento da corte de contas “apontou a incongruência de se exigir avaliação in loco para autorização dos cursos presenciais em geral e dispensá-la para os cursos oferecidos na modalidade EaD, bem como a falta de capacidade operacional do MEC para regular, supervisionar e avaliar os cursos oferecidos nesta modalidade”.

“Esta é uma notícia que nos agrada bastante. Com essa decisão, a Justiça demonstra que, assim como nós do Sistema CFMV/CRMVs, também defende um ensino superior de qualidade para a sociedade, que atenda plenamente aulas teóricas e práticas, especialmente, para aqueles que buscam ingressar na Medicina Veterinária”, destaca o presidente do CRMV/BA, Altair Santana de Oliveira.

A procuradora da República Mariane Mello, subscritora da ação, explica que o juiz aprovou os questionamentos enviados pelo MPF e pelo CFMV. O conselho solicitou documentos e atos que definam parâmetros relativos à autorização para cursos de graduação a distância na Medicina Veterinária. A União deverá prestar as informações no prazo de até 30 dias. Além disso, representantes do Departamento Jurídico do federal despacharam com o juiz para esclarecer os problemas existentes e a posição da autarquia sobre o tema.

“Nossa esperança é de que o juiz confirme a decisão liminar e o MEC reveja essas autorizações indiscriminadas e sem a devida fiscalização dos cursos de graduação a distância na área de saúde. Até lá, elas estão suspensas”, afirma a procuradora.

Confira a íntegra da decisão aqui.

Com informações do CFMV

Foi realizado entre os dias 17 e 20 de outubro de 2023, o oitavo Simpósio Baiano de Zootecnia (Simbazoo), na Universidade Federal do Recôncavo Baiano (UFRB), em Cruz das Almas, com o tema ‘Produção animal de baixo custo e sustentável’. Criado em 2011, o Simpósio se consolidou por discutir temas da atualidade, como a participação das mulheres no mercado de trabalho da Zootecnia, agronegócio e sustentabilidade.

O Simbazoo reúne estudantes e professores das quatro instituições de ensino da Zootecnia no estado: UFRB, IFBaiano Santa Inês, Uesb Itapetinga e Emevz- Ufba, e a edição de 2023 está sendo organizada pelas seguintes organizações: Colegiado de Zootecnia, Programa de Educação Tutorial, Diretório Acadêmico de Zootecnia, Estudantes de Zootecnia, Professores do Centro de Ciências Agrárias, Ambientais e Biológicas da UFRB.

Presentes ao Simbazoo, os membros da Comissão de Ensino em Zootecnia, do Conselho Regional de Medicina Veterinária e Zootecnia do Estado da Bahia, aproveitaram o encontro para realizar uma reunião. Um dos pontos discutidos, foi a curricularização da extensão nos cursos de Zootecnia da UFBA. O próximo Simbazoo será realizado, em Salvador, na Universidade Federal da Bahia.

“Muito importante ter um espaço para a discussão das ações desenvolvidas pelos cursos de graduação em Zootecnia no Estado da Bahia. Tivemos a oportunidade de abordar as diversas ações da curricularização da extensão nos respectivos cursos, pontos positivos e entraves vividos pelas suas particularidades, reforçamos a notoriedade da importância de pelo menos um membro de cada instituição. Estamos ansiosos para a realização do próximo SIMBAZOO, na Universidade Federal da Bahia, onde o curso de Zootecnia completará 15 anos, em 2024”, destacou Flávio Longui, presidente da Comissão.

Durante o evento foram realizadas palestras no período da manhã e mini-cursos no período da tarde. Além disso, houve apresentação de trabalhos científicos (resumo simples), na forma de pôster, com temas relevantes à comunidade. Tudo isso permitiu uma participação e uma integração de estudantes de Zootecnia, de pós-graduação em Ciência Animal e demais cursos do Centro de Ciências Agrárias, Ambientais e Biológica da UFRB, bem como estudantes de outras instituições de áreas afins e produtores rurais.

Para a Assessora Técnica do CRMV/BA, Isa Porto, o evento demonstrou muita organização e ousadia no sentido tecnológico, ao inovar sendo presencial e virtual. “Outro ponto bem importante que devemos destacar foi a apresentação dos trabalhos de extensão que foram apresentados à comunidade, estudantes e professores. Além de promover o desenvolvimento dos estudantes e de todos os integrantes da universidade, também envolveu a população da região. Foi tudo excelente!,” ressaltou.

O presidente do CRMV/BA Altair Santana de Oliveira esteve presente à abertura do evento, dia 17, juntamente com os representantes da Associação Brasileira de Zootecnistas (ABZ). Nas falas, o fortalecimento da categoria e a defesa da importância da necessidade de profissionais da Zootecnia se inscreverem tanto no Regional baiano e quanto na ABZ.